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             Expressão do Maranhão   
              
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                      A  cidade de São Luís já nasceu multicultural. Foi fundada em 1612 por  franceses, disputada pelos holandeses, até que, os portugueses a  retomaram. 
            A convivência de brancos, índios e negros levou ás gerações futuras um  patrimônios histórico e cultural de rara beleza. Em 1997, a importância  deste patrimônio foi reconhecida pela UNESCO com o tombamento da cidade  como Patrimônio da Humanidade. 
                   A primeira coisa a fazer quando se chega a São Luís é esquecer de  classificá-la. Estamos no Norte ou no Nordeste? Nos dois e em nenhum  deles, pois a cidade se apresenta em uma estonteante mistura dessa  região somada a outras particularidades. Avessa a definições, embora  pródiga em influências, São Luis prefere abraçar a todos que a procuram.  Aos que se inclinam a conhecê-la amorosamente, ela então se entrega aos  poucos, revelando-se em ventos, cheiros, sons, cores, nomes e sabores. 
                  Conhecer São Luis é deixar perder nesse encontro generoso como o abraço  das baías de São Jose e São Marcos e constante como os rios que banham  suas veias e artérias. O elemento água é seu denominador, desafiando a  noção que reservou ás ilhas um destino de isolamento. São Luis é uma  terra de encontros. Aqui, ninguém é uma ilha.  
               Patrimônio da Humanidade  
               
                                   “Não  existe no mundo nada igual ao acervo cultural e arquitetônico de São  Luís”. A frase da UNESCO é lapidar ao reconhecer na capital maranhense  uma das jóias do planeta. O reconhecimento como Patrimônio Histórico da  Humanidade,em 1997, faz justiça a uma nobreza secular que ganha mais  brilho com o passar do tempo. 
             
                  Reunindo mais de 3.000 edificações, o Centro Histórico de São Luis  possibilita ao visitante a vertiginosa sensação de uma viagem através do  tempo. Viagem de primeira classe, se considerarmos a homogeneidade e  imponência do casório colonial, inspirador de pintores, romancistas e  poetas. 
             
                   Parcialmente recuperado e preservado, o Centro Histórico de São Luis  possui áreas que mais parecem hoje o cenário de uma superprodução de  época, o que não esta longe da verdade, pois a famosa Praia Grande já  serviu de cenário para “Carlota Joaquina”, de Carla Camuratti, e para  uma produção portuguesa sobre o Padre Antonio Vieira, dirigida pelo  cineasta Manoel de Oliveira. 
             
                    O bairro histórico, onde se concentrou a fervilhante atividade de São  Luis do passado, ostenta hoje mais de 200 edificações restauradas em  mais de 10,7 hectares. Transformada em cartão visita de São Luis, é uma  das áreas de maior concentração dos turistas, que se sentem personagens  principais de uma historia que se desenrola sob os pés e diante de seus  olhos quase sempre maravilhados. 
             
                   São inúmeras e instigantes, as curiosidades que cercam o Centro  Histórico de São Luis. Para conhecê-las a fundo, o visitante precisará  de pelo menos três ou quatro dias. Suas ruas possuem nomes poéticos e  cobrem-se com o brilho das fachadas azulejadas e a beleza dos  incontáveis telhados. Os azulejos são portugueses, franceses e  holandeses, como quase tudo que diz respeito á historia da ilha. Há  pedras de cantaria portuguesa nas calçadas seculares por onde, pelo  menos uma vez, passaram nomes de Gonçalves Dias, Aluisio de Azevedo,  Sousândrade, Josué Montello e Ferreira Gullar. Em cada beco e em cada  esquina há uma historia a ser contada. Talvez por isso diga a lenda:  “Quem por aqui per noita, amanhece poeta”. 
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